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Circuferência da cintura diz muito sobre sua saúde |
Estudos epidemiológicos têm demonstrado o aumento da prevalência de obesidade, doença considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a epidemia global do século XXI. Dados do Ministério da Saúde revelam que 52,5% da população brasileira está acima do peso. Qual é a importância desses dados? Diversos estudos e revisões da literatura médica mostram que o aumento da circunferência abdominal é importante fator de risco para doenças crônicas do coração, hipertensão, diabetes tipo II, além de vários tipos de cânceres, sendo responsável por 72% dos óbitos no país.
O supervisor de cardiologia do HCor, Dr. Ricardo Pavanello, reforça o alerta para a população quanto aos riscos de doenças cardiovasculares causadas pelo acúmulo predominante de gordura na região abdominal. “A concentração de gordura abdominal contém células que produzem substâncias inflamatórias que se alojam facilmente nos vasos sanguíneos. As placas de gordura que se formam obstruem a passagem do sangue, o que pode causar infartos e derrames.”
As pessoas obesas ou com sobrepeso, mesmo sem nenhum problema metabólico aparente, como diabetes, colesterol e pressão arterial elevados, podem ter um risco maior de morte prematura causada por problemas súbitos, como infarto, quando comparados aos que estão dentro do peso ideal. “Sobrepeso já é uma condição predisponente para a obesidade, que é uma doença. O indivíduo pode não apresentar alterações laboratoriais, mas ainda assim está doente”, diz Pavanello.
Medidas limites
De acordo com a endocrinologista do HCor, Dra. Laura Frontana, a medição da circunferência abdominal feita com uma simples fita métrica tem se mostrado uma boa ferramenta para diagnosticar fatores de riscos. “A medida da circunferência da cintura não deve ultrapassar 80 cm nas mulheres e 94 cm nos homens. Os indivíduos que apresentam medidas superiores a essas podem ter mais riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares”, esclarece a endocrinologista.
Sedentarismo, fatores genéticos, glicemia alterada, altos níveis de triglicérides e de colesterol formam um conjunto de doenças que corresponde à síndrome metabólica. Quando associadas, estas doenças podem elevar o risco de mortalidade em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em 2,5 vezes, sendo responsável por cerca de 17 milhões de óbitos por ano em todo o mundo. “É preciso conscientizar a população quanto aos riscos que a obesidade traz à saúde, e quais são os cuidados necessários para evitar que os índices de mortalidade continuem subindo”, alerta Frontana.
Controle suas medidas
De acordo com o Dr. Ricardo Pavanello, a alimentação saudável associada à prática de exercícios físicos é fundamental para diminuir o sobrepeso ou acabar com o aumento da obesidade. “Manter um controle nutricional adequado e praticar exercícios físicos regularmente são capazes de reduzir em até 58% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”. Confira algumas dicas:
• Adote hábitos alimentares mais saudáveis;
• Dê preferência para alimentos sem gordura trans e saturadas;
• Pratique atividade física com frequência. 30 minutos de caminhada ativam a circulação e diminuem o risco de desenvolver doenças cardiovasculares;
• Antes de iniciar qualquer programa de exercício ou reeducação alimentar, consulte um médico;
• Para medir corretamente o abdômen, posicione a fita métrica entre a borda inferior das costelas e a borda superior do quadril. Relaxe o abdômen e solte o ar no momento de medir. |
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