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Exercícios físicos intensos são uma faca de dois gumes? |
Existe uma polêmica entre os especialistas em relação às alterações do corpo humano que ocorrem após a prática de exercícios físicos intensos, como maratonas, ultramaratonas ou provas de triathlon. Cardiologistas do Instiuto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo) realizaram trabalhos científicos com voluntários maratonistas saudáveis, mostrando impressionantes elevações da troponina (marcador de necrose miocárdica utilizado para o diagnóstico de infarto do miocárdio), bem como, pequenas alterações da função cardíaca na chegada da maratona de São Paulo, que persistiram até o quarto dia após a corrida.
Cardiologistas norte-americanos da Mayo Clinic demonstraram um achado ainda mais preocupante: 12,5% dos atletas de endurance apresentaram na Ressonância Magnética do Coração fibrose do miocárdio representada por realce tardio com o gadolíneo. A fibrose do miocárdio é indicativa de morte do músculo cardíaco seguida de um processo de cicatrização.
“O que se pode discutir agora, por exemplo, seria quantas provas longas como as maratonas,ultramaratonas, triathlons, pode um atleta participar por ano? Em nossa experiência, confesso nada baseada em evidência, sugerimos um período de seis meses entre uma prova e outra para termos um bom prognóstico futuro”, disse o Dr. Nabil Ghorayeb, um dos mais renomados especialistas em medicina do esporte no Brasil.
"Sabemos que os participantes dessas provas radicais extremas não estão preocupados com prevenção da doença arterial coronariana ou manutenção da saúde, na verdade querem vencer desafios, e nós médicos devemos, dentro do possível, além de avaliar o risco, tentar protegê-los dos eventos cardiovasculares, cadavez mais presentes como arritmias cardíacas, cardiomegalias (aumento do tamanho do coração) e, inclusive, alterações estruturais do miocárdio", finaliza o Dr. Ghorayeb.
Diz o bom senso que precisamos convencer o esportista amador do custo versus benefício fisiológico que poderá ocorrer. Esclarecer que os excessos físicos atingem cinco a dez vezes a dose recomendada de atividades físicas moderadas na prevenção da doença arterial coronariana. |
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